Diagnóstico tardio do autismo: casos reais de adultos e desafios enfrentados

O diagnóstico tardio do autismo é uma realidade cada vez mais presente na sociedade, experimentada com surpresa e desafios pelos adultos.

De acordo com dados recentes do CDC (Centro de Controle de Prevenção e Doenças) dos EUA (principal fonte do assunto), 1 em cada 36 crianças de 8 anos são autistas nesse país.

Já no Brasil, estima-se que proporcionalmente possam existir 6 milhões de crianças autistas.

Entretanto, o que muitos não sabem é que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) se manifesta de maneira individual em cada pessoa.

Desse modo, muitos adultos podem apresentar sintomas mais leves do TEA na infância, passando décadas da sua vida sem qualquer diagnóstico do mesmo.

No sentido de informar acerca do tema, e como é possível ter qualidade de vida por meio do autoconhecimento e da terapia, a Viver Mais Psicologia prepara o artigo de hoje!

Descubra mais a seguir.

Diagnóstico tardio do autismo, por que ocorre?

O diagnóstico tardio do autismo está intimamente ligado com a sua manifestação totalmente diferente em graus de intensidade em cada paciente.

Com uma origem no distúrbio do neurodesenvolvimento do paciente, os principais sintomas do autismo incluem dificuldades na comunicação verbal e não verbal, convivência social, além de padrões e manifestações comportamentais repetitivas.

Nesse sentido, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) carrega em seu nome ‘’espectro’’ justamente em virtude da sua ampla possibilidade de manifestação em níveis diversos.

Por isso, existe uma especial dificuldade de diagnóstico por parte de muitos profissionais no diagnóstico precoce do autismo naqueles pacientes de grau leve, que apresentam normalidade aparente em todos os aspectos comunicativos e interpessoais, dentre outros.

Além disso, o diagnóstico tardio do autismo pode ser um desafio para os profissionais da psicologia devido à sobreposição de sintomas desse transtorno com sintomas de outros transtornos de saúde mental, como transtorno de ansiedade e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).

Vale ressaltar que o primeiro diagnóstico oficial do autismo se deu muito recentemente, em 1938 pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner. Portanto, há muito avanço a ser feito no campo científico.

Entretanto, com a qualificação constante e a melhoria das técnicas terapêuticas, como o ABA, a qualidade de vida dos autistas pode ser efetivamente melhorada, inclusive em adultos, por meio de um trabalho multidisciplinar.

Conheça a seguir casos reais de adultos que foram diagnosticados com o TEA, os desafios que enxergaram e como foi a sua superação!

Exemplos de casos reais: do diagnóstico aos desafios

O diagnóstico tardio do autismo é cada vez mais frequente e, com o avanço tanto científico quanto informacional sobre o transtorno, essa se mostra uma tendência irrefreável. 

Felizmente, a terapia psicológica ainda é capaz de devolver a qualidade de vida a muitos que recebem o diagnóstico, mesmo que tardio, do Transtorno do Espectro Autista.

Conheça a seguir alguns casos de adultos que receberam o diagnóstico, e como eles superaram esse momento, transformando-se!

Violet (Family On Board)

A Violet é uma produtora de conteúdo no Youtube, por meio do qual compartilha suas viagens em família em busca de conhecimento e troca de experiências sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Toda a jornada rumo à conscientização e conhecimento acerca do autismo começou após o diagnóstico da filha do casal, Summer, aos 2 anos.

Entretanto, para a surpresa da família, a aventura ao redor do mundo acabaria revelando que a mãe da família, Violet, também era autista.

”Eu nunca parei para pensar que eu pudesse ser autista também” .

– Violet, canal Family On Board.

Violet ainda descreve as diferenças que nunca a fizeram questionar a si mesma sobre também ser autista.

De acordo com a mãe, sua filha apresentou atraso na capacidade de fala, enquanto ela não.

Mas foi ao ouvir sobre a experiência de uma amiga que havia sido diagnosticada com o TEA, que Violet iniciou uma jornada de autoconhecimento, reconhecendo-se em toda a descrição dos sintomas e realizando uma pesquisa intensa sobre o tema.

Sobre o diagnóstico positivo, ela relata:

”Foi como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas”.

Violet descreve como o seu diagnóstico foi libertador, conferindo-lhe maior facilidade de se conhecer, descobrindo seus pontos de melhoria e respeitando os seus limites. 

Por isso, em suma, Violet é um exemplo de como nunca é tarde para buscar a qualidade de vida tanto para si, quanto para a sua família.

Canal da Violet: Family On Board

William Chimura

William Chimura é professor de metodologia científica, mestrando em informática na educação, gamer e foi diagnosticado na vida adulta como autista.

De acordo com ele, receber a notícia do diagnóstico:

”Não foi exatamente uma surpresa”. 

William relata que aos 7 anos de idade, seu tio havia levantado a hipótese do Transtorno do Espectro Autista ao observar seu comportamento interpessoal não recíproco e modo de brincar.

Entretanto, a dificuldade de diagnóstico à época levou à ausência de quaisquer diagnósticos na infância.

Já para William, a consciência de que algo estava diferente sempre o acompanhou:

”A cada ano, eu sabia cada vez mais que era diferente dos outros”. 

Foi após passar por dificuldades sociais no trabalho que William procurou auxílio psicoterapêutico especialista.

Segundo ele ”foi a melhor experiência que eu tive no sentido de conhecer a mim mesmo”. 

A história de William revela a importância da jornada pelo autoconhecimento, que o levou a uma compreensão muito melhor sobre si mesmo, sua condição, e um aumento de qualidade de vida significativo.

Canal do William Chimura

Mas queremos saber: este artigo sobre diagnóstico tardio do autismo foi esclarecedor para você?

A conscientização acerca do autismo é um passo fundamental para desfazer preconceitos e permitir aos pacientes uma vida melhor e mais feliz

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